Neste sábado (26), Israel anunciou uma série de ataques militares direcionados a alvos específicos no Irã, com foco em instalações de fabricação de mísseis. Essa ação vem em um momento de tensão crescente no Oriente Médio e parece ser uma resposta estratégica de Israel, que busca atingir a capacidade bélica do Irã, mas evitando ao mesmo tempo infraestruturas críticas, como instalações nucleares.
Esses ataques ocorrem em um cenário de operações simultâneas de Israel em Gaza e no Líbano, onde o país enfrenta o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã. Há tempos se especulava sobre um movimento desse tipo, especialmente em meio ao aumento das ações militares israelenses em Gaza e contra o Hezbollah no norte, ambos com relações diretas ou indiretas com o Irã.
Onda de Ataques e Escalada de Tensão: Israel e Irã em Conflito Direto
Na madrugada deste sábado, fortes explosões foram registradas na região oeste de Teerã, às 2h15 (horário local). Vídeos nas redes sociais captaram o céu da capital iraniana iluminado por fogo e explosões, confirmando os ataques a alvos militares no país. Esses ataques fazem parte de uma resposta coordenada de Israel a ameaças percebidas em relação à sua segurança nacional e marcaram o que Israel chamou de uma “operação concluída”, segundo porta-vozes militares israelenses.
Detalhes da Operação: Ondas de Ataques e Objetivos
O ataque começou com uma série inicial de explosões, seguida por uma segunda e terceira ondas ao longo da madrugada, segundo moradores e a imprensa iraniana. Em declaração oficial, Israel informou que "realizou ataques precisos e direcionados" contra instalações de fabricação de mísseis iranianos, um ataque meticulosamente planejado que, no entanto, evitou infraestruturas nucleares e áreas densamente povoadas. A operação também veio acompanhada de um aviso do contra-almirante Daniel Hagari, de que uma “nova rodada de escalada por parte do Irã” teria uma resposta proporcional.
Ataque de Israel ao Irã e Resposta Internacional
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Irã condenou fortemente as ações de Israel, descrevendo-as como uma “clara violação do direito internacional” e reforçando que o país “tem direito a se defender”. Embora as defesas aéreas iranianas tenham sido ativadas em três províncias – Teerã, Ilam e Khuzistão – o impacto do ataque foi, de acordo com as autoridades iranianas, “limitado”, com danos minimizados. Relatos indicam a morte de dois soldados iranianos, mas a extensão dos danos ainda está sendo avaliada.
Do lado dos Estados Unidos, o ataque foi descrito como “um exercício de autodefesa” realizado por Israel. Segundo informações de um oficial norte-americano, o presidente Joe Biden teria discutido previamente o ataque com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, encorajando um movimento que pudesse dissuadir ataques futuros ao território israelense.
Como o Conflito Chegou a Este Ponto?
Essa nova escalada de tensões entre Israel e Irã é consequência de um ataque de mísseis iraniano ocorrido em 1º de outubro, onde cerca de 200 mísseis balísticos foram disparados contra Israel. O Irã afirmou que o ataque foi uma retaliação à morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, durante um bombardeio israelense no Líbano.
Essa situação crítica intensifica ainda mais a já delicada rede de conflitos no Oriente Médio, conhecida como o “Eixo da Resistência”, que inclui, além do Irã, grupos paramilitares como o Hezbollah, o Hamas e os houthis. Esses grupos mantêm operações em sete frentes de batalha: no Irã, Líbano, Faixa de Gaza, Síria, Iêmen, Iraque e Cisjordânia. Israel mantém forças militares em três dessas frentes (Líbano, Gaza e Cisjordânia) e realiza ataques aéreos nas demais.
Operações em Andamento no Líbano e Gaza
Israel também conduz operações ativas no Líbano e na Faixa de Gaza, onde busca desarticular grupos paramilitares que ameaçam sua segurança. Em Gaza, as ações militares israelenses têm como objetivo o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que resultou em mais de 1.200 mortes de israelenses. Relatos apontam que mais de 40 mil palestinos morreram desde então, segundo informações do Ministério da Saúde de Gaza.
No Líbano, após a morte de Nasrallah, Israel lançou uma ofensiva terrestre, e as Forças de Defesa de Israel afirmam ter eliminado grande parte da liderança do Hezbollah nas últimas semanas. No entanto, a situação no país se deteriorou rapidamente: em 23 de setembro, o Líbano teve seu dia mais violento desde o conflito de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Impacto no Brasil e Repatriação
O aumento das hostilidades no Oriente Médio também trouxe repercussões para brasileiros. Pelo menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques recentes no Líbano, levando o Itamaraty a condenar a violência e solicitar o fim das hostilidades. O governo brasileiro, em resposta, anunciou uma operação para repatriar cidadãos brasileiros que estejam na região de conflito.
Esse panorama das últimas ações e respostas no conflito entre Israel e Irã destaca a complexidade e a tensão crescente no Oriente Médio, com impactos locais e internacionais que envolvem vários países e frentes de batalha. Para aqueles que acompanham o desenrolar desses eventos, a situação continua a evoluir de maneira imprevisível e dramática.
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