Antonio Cícero, membro da ABL, falece na Suíça e deixa carta de despedida

Antonio Cícero, membro da ABL, falece na Suíça

Morre Antonio Cícero, poeta e compositor aos 79 anos na Suíça

Antonio Cícero, renomado poeta, compositor e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), faleceu hoje aos 79 anos em Zurique, Suíça, por eutanásia. Com uma carreira marcada por parcerias com grandes nomes da Música Popular Brasileira, como Marina Lima e Adriana Calcanhotto, Cícero deixou uma rica contribuição cultural que transcende gerações.

Ele se tornou imortal em 2017 ao ser eleito para a cadeira 27 da ABL, mas já havia consolidado sua relevância como letrista, com obras como o livro Guardar (1996). Diagnosticado com Alzheimer, o artista optou por se afastar do público e deixou uma carta de despedida, ressaltando sua crença no poder da palavra e seu ateísmo.

A trajetória de Cícero na música começou na década de 1970, quando sua irmã, Marina Lima, musicou seu poema "Alma caiada" sem seu conhecimento, o que levou a uma parceria frutífera e reconhecida. Juntos, criaram sucessos que marcaram a história da música brasileira, como "A chave do mundo" e "O lado quente do ser".

Com letras que desafiavam convenções e uma abordagem progressista, Antonio Cícero se destacou por sua originalidade e por refutar a ideia de que letras de música são inferiores à poesia. Sua colaboração com artistas como João Bosco e Adriana Calcanhotto resultou em composições memoráveis, assegurando que seu legado permanecerá vivo na cultura musical do Brasil.

A morte de Antonio Cícero marca a perda de uma das vozes mais influentes da MPB, cuja obra continuará a reverberar no cenário musical por muitos anos.